Uma Conversa Sobre O Que Realmente Importa

um óculos dourado de fundo com uma frase por cima

Quero iniciar este blog com um post muito pertinente sobre uma reflexão do que esperamos para o futuro: seria a busca por equilíbrio uma utopia de privilegiados?

Toda a certeza que temos atualmente está acontecendo exatamente no momento presente. Já não é possível mudar o passado e muito menos abrir a janela do futuro para darmos uma espiada.

Acredito que eu não gostaria de espiar o meu futuro, isso só me traria mais ansiedade (inclusive).

No entanto, quando sonhamos estamos desenhando o nosso futuro e, de certa forma, estamos dando essa espiada e projetando o que vai acontecer mais para frente.

Já ouvi dizer que todas as ideias começam na cabeça, dessa forma pensar sobre o futuro é importante, mais ainda se sairmos do plano das ideias e criarmos um planejamento para que ele de fato aconteça.

O que é importante em sua vida?

Quando eu era pequena sonhava em ser cientista, e depois professora, e depois secretária, e depois contadora, e depois processadora de dados e depois jornalista. O que eu não tinha parado para refletir, é que eu estava só pensando no que vinha depois e não no exato momento presente.

Após muitos e muitos anos depois, percebi que fiz muitas tentativas sobre o que eu queria “ser quando crescer”. Eu tive a oportunidade de experimentar muitas coisas, como se o mundo fosse acabar e eu não tivesse tempo suficiente para saber o que era bom para mim.

Nada que eu fizesse no momento atual era exatamente o que eu queria estar fazendo.

Eu havia aprendido em uma aula que existia um fator chamado custo de oportunidade, ou seja, ao escolher algo eu estava desescolhendo todo o resto. Só que isso não foi suficiente para aquietar o meu coração: eu queria saber o que teria acontecido se eu tive escolhido outra coisa que não aquela que eu estava fazendo.

Pode parecer muito confuso, mas é dessa forma que minha cabeça funcionava.

Por isso, quando eu paro para refletir o que é importante na minha vida eu posso dizer com toda a certeza de quem já experimentou muita coisa: ter saúde. Sem saúde eu não vou conseguir continuar tentando, experimentando e construindo a minha mandala.

Então quando eu falo em saúde muitas coisas estão acopladas a ter saúde, na minha concepção.

  • Ter saúde mental: estar em paz comigo mesma, ter controle emocional para lidar com situações de estresse e dificuldades da vida, realizar uma prática espiritual.
  • Ter saúde física: não adoecer com frequência, ter o mínimo de enxaqueca possível.
  • Ter uma rotina saudável: isso inclui dormir bem, comer bem, exercitar, ter uma rotina de cuidados pessoais, ter um meio ambiente saudável.

Quando eu olho para todos esses aspectos, eu percebo que toda a minha jornada foi, de certa forma, em busca de um equilíbrio entre essas subáreas da saúde.

O que aconteceu por muitos anos foi que o cobertor nunca foi comprido o suficiente para me cobrir da cabeça aos pés. Sempre que eu poderia bancar um estilo de vida que incluía boa alimentação e exercícios físicos, por exemplo, eu não podia fazer terapia ou morar num local melhor.

E isso aconteceu com todos os fatores acima em diferentes combinações.

O que – só de imaginar – faz teus olhos brilharem?

Será que realmente existe uma forma de termos uma vida equilibrada?

Recentemente eu assisti o vídeo do Luiz Alberto Hanns chamado “Não Busque Uma Vida Equilibrada” e nele o Luiz comenta que, influenciados pela mídia, temos a tendência de colocar como meta ter uma vida extremamente equilibrada, mas que ele acredita que essa meta seja simplesmente impossível de alcançar, porque nos deixa com uma sensação de constante fracasso.

Depois que eu assisti a esse vídeo, parei para refletir o quanto perdemos tempo e energia para mantermos todos os pratos em equilíbrio quando os seguramos.

Eu parei de me sentir culpada em não ter uma vida equilibrada e, como o Luiz menciona no vídeo, “existem períodos em que alteramos o foco da nossa vida”. Sim, eu consegui perceber todos estes períodos claramente e como foi importante focar em determinadas áreas em detrimento de outras ao longo da minha vida.

Por isso que, ao pensar hoje, o que faz os meus olhos brilharem, de certa forma me encurrala e me coloca sob pressão. Como se eu tivesse que ter uma resposta definitiva, e que eu não tenho!

Algumas coisas me dão extremo contentamento e me passam um bem estar que faz com que eu deseje nunca acabar. Citarei aqui alguns exemplos:

  • Ter uma noite de sono absolutamente reconfortante, gostosa, de sonhos, de descanso. Sem passar calor ou frio, sem ter dor ou falta de ar. Sem barulhos e despertadores. Sem luzes e sem pernilongos.
  • Ter conversas extremamente agradáveis com pessoas interessantes, principalmente se for num lugar mais interessante ainda. Isso me faz pensar que troquei experiências, sai da conversa um pouco melhor, mas também agreguei algum valor para aquela pessoa.
  • Viajar para locais lindos e tranquilos. Que proporcione um descanso, uma paz mental e que aquiete a alma.
  • Poder experienciar comidas realmente saborosas e degustar isso em companhia de alguém, sem celular e sem fotos no Instagram.
  • Ficar em casa me curtindo. Amo o silêncio das coisas e estar em uma casa organizada, com a minha cara, sem ter nada para fazer, somente poder escolher a inúmeras possibilidades do que não fazer, me deixa muito excitada.
  • Olhar a minha conta bancária depois de receber pelo trabalho que eu fiz. Falo isso pois já tive extrato-fobia e não tenho vergonha de dizer que amo ganhar dinheiro. Amo olhar para os meus investimentos, vê-los crescer como um bebê.

Do que são feitos os seus sonhos?

Os sonhos começam na imaginação de uma mente fértil. Mas acredito que os nossos sonhos se expandam conforme a nossa visão de mundo se expande. Uma pessoa que nunca saiu da sua cidade, dificilmente saberá qual é a realidade de pessoas de outras regiões.

É nesse momento que entendemos e respeitamos outras realidades, podemos abraçar sonhos parecidos, ou descobrir que os nossos sonhos não fazem mais tanto sentido.

Um exemplo muito interessante é o fato de a mulher, para ser feliz, ter de se casar e ter filhos. Essa visão está tão arraigada em nossa cultura que muitas mulheres pensam que este sonho lhes pertence.

Eu também achei, em algum momento da minha vida, que eu deveria me casar e ter filhos para ser feliz. Hoje eu tenho tanta certeza de que não quero ter filhos e nem me casar, que penso que é um dos motivos de não ter sucesso nos meus relacionamentos.

É muito fora da caixa para um homem, talvez, ou pelo menos para a maioria dos que eu me relacionei.

Bem, então se casar e ter filhos não é um sonho, o que nos resta então? Parece que existe um vazio, não é mesmo? Falta algo, falta alguém.

Eu li recentemente no livro “Eu poderia fazer qualquer coisa, desde que soubesse o quê” da Barbara Sher, algo como ser autônomo, ou seja, tomar as rédeas da sua vida e ser independente, tem mais a ver com você do que com o que os outros esperam de você.

Não quero dizer aqui para sermos uma ilha de auto suficiência, mesmo porque existe uma interdependência de todos os fenômenos em nossa vida, tudo se inter-relaciona de alguma forma. Mas sermos independentes é nos amarmos acima de tudo, nos valorizarmos acima de qualquer pessoa. É saber quais são os nossos limites.

Dessa forma, poderemos encontrar parceiros de vida, e não uma peça que tenha que se encaixar porque falta. Na verdade não falta nada, transborda, e quando sobra, outra pessoa pode usufruir do nosso melhor.

Em outra parte do livro, a Bárbara diz “O desenvolvimento pessoal é o motivo real por que você deve trabalhar”. Eu gosto de pensar sobre isso porque também compactuo da mesma linha de pensar.

Se não nos conhecermos, aceitaremos qualquer sonho, até o que nos foi imposto de nascença. E isso sim não é justo.

Qual a intensidade maior do seu desejo e pelo quê?

Eu sempre fui muito intensa nas coisas que eu faço. Tanto que um simples hobby foi levado muito a sério por mim. Quando resolvi estudar piano, o fiz até entrar numa orquestra.

O amadurecimento (e muita terapia), nos ajuda a entender que tudo bem fazer alguma coisa meia boca, tudo bem levar um hobby como realmente ele é: um hobby.

Isso está muito relacionado com o que chamamos de: ter de provar algo para alguém, ou: eu não sou boa o suficiente.

Demora muito tempo para descobrirmos que sim, nós somos suficientes para nós mesmos e o que fazemos nos torna a pessoa incrível que somos.

Essa ideia de querer profissionalizar tudo e de querer tudo perfeito o tempo todo, é muito cansativo. É por isso que hoje eu luto diariamente para ter uma vida mais leve. Ser gentil comigo mesma.

Ao contrário do que se pensa, as minhas responsabilidades da vida no entanto, são levadas a sério. Quando estou trabalhando dou o meu melhor, me esforço para dar o melhor de mim. Mas querer ser a primeira da classe, nem sempre é tão legal. Acredite!

Se você está levando tudo muito a sério, observe a sua linguagem corporal: se fala e escreve no superlativo com frequência é um sinal de que esteja na hora de praticar a gentileza com você mesmo.

O que (no seu ponto de vista) faria sua vida dar saltos de qualidade?

Durante muito tempo vivendo no limite da linha da pobreza (e algumas vezes abaixo dela), eu pensei que para ser feliz eu precisaria ter dinheiro. É por isso que é muito difícil se colocar no lugar do outro quando você simplesmente já nasce na classe média.

Quando seus pais não conseguem exercer as funções de pais por terem que trabalhar para sobreviver e dar de comer aos seus filhos. Quando esses filhos começam desde cedo a exercer funções cabíveis somente aos adultos, é porque não tem muito escolha.

Hoje, percebo que esse passado nem está tão longe assim. Há pouco mais de três anos eu estava comprando somente o essencial para comer e tentando não ficar totalmente no vermelho. Óleo de coco não estava na minha lista de compras e muito menos alimentos orgânicos.

Mas é fácil esquecer tudo isso conforme aumentamos nosso padrão de vida e mais ainda quando nos acostumamos com um padrão de vida melhor. Mas ao invés de elevar o meu padrão de vida, eu fui para o outro extremo: a de quase avarenta.

Quando enxerguei uma oportunidade de trabalhar e ter uma renda graúda, eu cheguei a poupar quase 75% dessa renda.

Atualmente estou buscando um equilíbrio entre o viver e o poupar para o futuro. E por mais que eu tenha passado muitas necessidades nessa vida, ainda assim optei por viver uma vida frugal e sem desperdícios.

No meu ponto de vista, encontrar uma vida que faça sentido para mim não é ter mais conforto e posses, mas viver experiências que marquem a minha memória para sempre. É ser mais do que ter. E, dessa forma eu seria imensamente mais rica.

Conclusão sobre o que realmente importa

Para viver a vida de forma plena então, alguns ingredientes são necessários:

  • Definir um estilo de vida que vá de encontro com os seus valores.
  • Saber exatamente quanto custa esse estilo de vida
  • Reduzir o seu custo de vida a um ponto que não te deixe desconfortável e nem infeliz, mas nem assoberbado e arrogante.
  • Viver experiências ao invés de comprar coisas.
  • Poupar para o futuro.
  • Ajudar o próximo. Criar conexões.

Ao criar esse blog eu pretendo abrir um diálogo franco sobre finanças, empreendedorismo criativo e vida frugal:

Finanças

As mulheres têm perspectivas únicas sobre a vida, incluindo como gerenciar finanças pessoais, sair da dívida e economizar para o futuro.

Espero inspirar e capacitar as mulheres a buscar uma vida plena e sair do básico. Uma vida plena é aquela em que os sonhos se tornam realidade. Uma vida plena é aquela em que você se sente livre e segura ao mesmo tempo. É hora de se empoderar e viver uma vida plena.

Empreendedorismo Criativo

A forma como trabalhamos mudou. Existe uma opção que não seja trabalho registrado em carteira, concurso público ou abrir uma empresa.

Ser empreendedor solo hoje em dia pode ser muito gratificante, especialmente pela liberdade financeira, de tempo e de vida que essa atividade proporciona.

A vida pode ser um misto de atividades prazerosas e de obrigações práticas. É possível visitar o seu médico no meio da tarde sem pedir para ninguém. É possível fazer a sua feira sem se preocupar em atrasar as suas entregas.

Espero compartilhar muitas histórias sobre como tenho empreendido nesses dois anos como empreendedora criativa.

Frugalidade

A vida é cheia de dar e receber, causa e efeito, esforço e recompensa, investimento e retorno. Uma vida plena é uma filosofia de que a vida pode proporcionar mais retornos ao seu investimento.

Embora as finanças pessoais e a gestão do dinheiro estejam incluídas no processo, elas são apenas um aspecto que contribui para uma vida plena.

É por isso que uma vida frugal faz parte de uma vida plena. Ser frugal não significa viver na linha da pobreza ou ser avarento. Ser frugal é vencer os desejos de consumismo e viver com o que é realmente necessário.

É uma simplicidade por escolha, ao invés de comprar menos, comprar melhor.

Vamos conversar?

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